Relato de parto da Jessica Luz ,na casa de parto Angela

Depois de 18 dias consegui finalizar o relato do parto... ficou gigante!!! Para quem quiser (e tiver paciência de) ler segue abaixo:
Em 2010 tive minha primeira filha, não sabia nada sobre parto mas dei sorte de parir naturalmente em um hospital do SUS... Descobri o que é a humanização do parto, estudei (muitooo), e já sabia o que queria caso eu tivesse mais um filho.
No inicio de Setembro de 2014 descobri o positivo. A gestação foi maravilhosa, sonhávamos com esse momento desde a época do namoro. Curti muito, fui bem ativa, enfim, foi um sonho mesmo.
No dia 07/05/15, com 40 semanas e 4 dias, acordei as 6hs da manhã me sentindo incomodada. Me despedi da minha filha que foi pra escola mas nem imaginava que seria nesse dia. Depois que ela saiu começou a doer um pouco. Avisei para o Aécio (marido) que ia tomar um banho pra ver se era trabalho de parto ou não. Fiquei uns minutos no banho e as dores vieram e muito rápido. Resolvi ligar para minha mãe para ela já ficar alerta e enquanto isso contei o tempo das contrações, estavam de 2 em 2 minutos aproximadamente. Marido ligou para a casa de parto avisando e para a Rossana (fotógrafa que se voluntariou a acompanhar o parto).
Tudo pronto e seguimos até a Casa Angela, cerca de 20/30 minutos. Chegamos por volta de 9hs e fomos muito bem atendidos pela Carina e pela Priscila. Estava com 4cm de dilatação e contrações fortes mas ainda conseguia andar... fui direto para o chuveiro, durante as contrações eu agachava e pedia a massagem do marido. Sai da água para comer, já estava difícil para andar, durante a contração eu só queria agachar. Depois de comer veio uma contração mais forte e não pensei em nada, me joguei no chão de joelhos e esperei passar. A partir dai tudo parece meio abstrato, sabia que havia pessoas a minha volta mas não reparava quem era... conversava mas não tinha noção de com quem estava conversando. Quando eu achava que estava domando a dor ela vinha ainda mais forte... mas eu queria a dor. Tentei algumas posições mas nada aliviava tanto quanto o chuveiro. As meninas ofereceram ir para a banheira como eu coloquei no plano de parto. Quando eu entrei naquela agua quentinha foi um mega alivio, mas durou pouco. Me senti incomodada com a posição, gritei muito, me xinguei mentalmente por querer aquilo, e apelei... pedi para ser transferida para o hospital. No fundo eu não queria, sabia que chegar até a ambulância seria muito mais dolorido do que aguentar ali, mas eu já tinha avisado para o marido que eu faria aquilo quando ficasse hard, eu não queria mas só pedir ja dava algum conforto kkk. Novo exame de toque, 8 cm. De volta ao chuveiro... nesse momento entrei em total sintonia com o meu corpo, a posição que ele pedia, totalmente diferente da qual imaginei. Fiquei na banqueta com uma obstetriz fazendo massagem e meu marido me abraçando (leia-se sendo quase afogado) o tempo todo, ajudando nas massagens. Não conseguia solta-lo. Parecia que era a unica pessoa comigo. Ahhh a ocitocina... o abraço dele era um alivio, melhor que anestesia, mas ainda assim, eu gritava, gritava muito... mas não era sofrimento, não era desespero, foi apenas a melhor forma que encontrei de lidar com a dor.
Não faço ideia de quanto tempo se passou. Eu sentia minha filha descendo, sabia que estava chegando a hora, não precisava ninguém dizer, não precisava mandarem fazer força... meu corpo entendeu sozinho e na hora que senti os puxos seria impossível não fazer força. A emoção que senti no expulsivo foi muito intensa (assim como a dor). Estava extasiada com a inteligencia do meu corpo, com a certeza que em pouco tempo eu conseguiria trazer minha filha ao mundo. Senti muito consciente a descida dela, foi saindo ainda dentro da bolsa amniótica, quando saiu a cabeça e a vi roxinha e com uma circular de cordão no pescoço ( não me apavorei, isso é super normal, não, não foi um perigo), pedi para o marido pega-la, ele até tentou mas não consegui solta-lo. Logo saiu o corpinho e ela veio direto para os meus braços, as 14hs, deu apenas um choro fraquinho e parou... nos meus braços vi ela ficando rosinha aos poucos. Chorei muito, muito mesmo, era lindo demais. Ali nasceu a Larissa, nasceu uma nova mulher e também um novo homem (e tbm pai). Depois fomos para o quarto esperar a placenta nascer... Lari logo mamou, depois foi para o colo do pai enquanto eu era examinada... devido a dor que senti imaginei que levaria muitos pontos mas pra minha felicidade não tive nenhuma laceração!! Larissa nasceu com 3.770kg e 51 cm.
Só tenho a agradecer a equipe da Casa Angela que proporcionou um ambiente tão amoroso que fez meu parto evoluir super bem e rápido... a minha mãe Fátima Costa que mesmo cansada acompanhou tudo e incentivou a continuar ... a Rossana Modolin que foi super delicada e sensível... a Aline Allan que mesmo distante me incentivou a lutar pelo parto desde o inicio, ouviu minhas duvidas e medos... e principalmente ao meu marido Aecio Luz que me apoiou desde sempre, que foi forte, lutou comigo e estava de corpo e alma dedicado ao nascimento da nossa filha... fizemos juntos e parimos juntos.
“Para mudar o mundo é preciso primeiro mudar a forma de nascer” Michel Odent


Não a mais o dizer !!E uma amiga querida fico muito feliz em ajuda lá ,de coração que venham muitos relatos de amor carinho no nascimento ,com a página ,com o blog !

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